O
Grande Caçador de Heresias construiu uma máquina do tempo. Foi à Palestina do
primeiro século e condenou o comportamento de Jesus. O motivo: o Nazareno bebia
vinho, comia com malfeitores e deixou de confrontar uma pecadora, que não só
lavou seus pés com lágrimas como os secou com seus cabelos. O pecado: o
escândalo. A pena: a fogueira.
O
Grande Caçador de Heresias fez nova viagem. Foi à Alemanha do século XVI e reprovou
o comportamento de Lutero. O motivo: o monge agostiniano convertia canções
populares em hinos sacros, bebia cerveja enquanto traduzia a Bíblia para o
alemão e acreditava no poder das bruxas. O pecado: o mundanismo. A pena: o
caldeirão de azeite fervendo.
Tantas
outras viagens fez o Grande Caçador de Heresias. Condenou, apontou o dedo, fez
denúncias. Qualquer comportamento suspeito, por menor que pudesse parecer, ganhava
a atenção de seus olhos sempre vigilantes. Certo dia - por um instante - tratou
de cobiçar mulher que não era a sua. Lembrou-se de Mt 5,29 e, num movimento
impetuoso, arrancou seus olhos com um marcador de Bíblias. Terminou a vida cego
dos olhos, como sempre fora do coração.
Jones
F. Mendonça
Querido Jones, saberias me indicar a fonte que mostra que Lutero bebia cerveja, isso perdurou a vida toda? Era cerveja embriagante?
ResponderExcluirDescobri pelo boca a boca que Lutero odiava Judeus.
Vou apurar tudo isso quem sabe um dia.
Abraço, Flávio.