O Exército israelense está mudando. As unidades de combate que um dia se orgulharam de ser seculares estão agora povoadas por opiniões de que as guerras de Israel são guerras de Deus.
Rabinos estão se tornando cada vez mais poderosos nas forças armadas, e cadetes religiosos são treinados para se tornar parte da elite militar. Durante as operações em Gaza, no início do ano, rabinos entregaram centenas de panfletos para soldados. Alguns desses panfletos retratavam civis palestinos, não só militantes, como inimigos.
Outros chamavam os soldados israelenses de filhos da luz e os palestinos de filhos das trevas. O Exército israelense tenta se distanciar desse tipo de mensagem, mas os panfletos (veja a figura) vêm com selo oficial.
Outros chamavam os soldados israelenses de filhos da luz e os palestinos de filhos das trevas. O Exército israelense tenta se distanciar desse tipo de mensagem, mas os panfletos (veja a figura) vêm com selo oficial.
Muitos cadetes religiosos vivem em assentamentos na Cisjordânia ocupada. Se as negociações de paz na região avançarem, Israel um dia terá que retirar a maioria dos colonos dessa região. Se isso acontecer, há dúvidas sobre se os soldados religiosos respeitarão as ordens de seus comandantes, indo contra suas crenças.
Mas líderes militares discordam dessa visão.
Mas líderes militares discordam dessa visão.
O general Eli Shermeister, coordenador de educação do Exército israelense, diz que o código moral do Exército é claro e que a organização exige que os soldados se comportem de acordo com essas regras. Ninguém, segundo ele, pode criar outro código moral e apenas os comandantes controlam seus soldados.
O dia-a-dia dos soldados israelenses consiste principalmente de patrulhar áreas civis em Gaza, na Cisjordânia e também em Jerusalém Oriental.
Qualquer influencia sobre as atitudes dos militares é de extrema importância. A forma como encaram os palestinos que vivem nessas áreas, e quem influencia essas visões, pode determinar o uso que fazem de seu poder e de suas armas.
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