Por Jones Mendonça
Foi aprovado neste domingo (10-10-2010) um projeto de emenda constitucional que obriga os candidatos à cidadania israelense a jurar fidelidade ao “Estado judaico e democrático de Israel”. O projeto precisa agora ser aprovado pelo Knesset (parlamento de Israel).
A Associação pelos direitos civis de Israel (ACRI) se mostra preocupada com o rumo que o governo de Israel tem seguido nos últimos dois anos. Sobre a aprovação desse projeto de lei a ACRI declara o seguinte:
“De acordo com esta lei, todos os MKs [membros do Knesset] são obrigados a jurar lealdade ao Estado de Israel como um Estado judeu e democrático, com as suas leis, símbolos e hino nacional. O projeto tem a intenção de deslegitimar e até mesmo impedir que grupos minoritários participem do processo democrático de Israel.”
Artistas e intelectuais se reuniram em Tel Aviv, no domingo, logo após o governo ter aprovado o projeto.
“Israel está se deteriorando a partir da visão de um Estado democrático para um estado fascista. Nossos filhos querem sair desse lugar terrível”, disse o professor Yaron Ezrachi, ao Ynet.
O jornal israelense Haaretz está fazendo uma campanha contra a aprovação do projeto, classificado como “desnecessário e inútil”. Para algumas autoridades de esquerda de Israel o projeto “tem cheiro de fascismo”.
A minoria árabe (cerca de 20% da população) diz que o projeto é racista, já que fala de um “Estado judeu”. Eu não acho que os árabes estejam exagerando, já que a lei israelense define judeu como “aquele que tem mãe judia ou que se converteu religiosamente ao judaísmo e que não adotou nenhuma outra religião”. Em suma, declarar fidelidade ao Estado judaico é declarar fidelidade à etnia judaica (filhos de mãe judia) ou à religião judaica.
Imagem: Capa do livro “Israel em transe: democracia ou teocracia?”, de Guila Flint e Bila Glin Sorj.
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