O que é a continência senão um gesto que lembra, a cada instante,
o lugar que o militar ocupa na cadeia hierárquica?
Mas a lembrança não vem apenas pelos gestos. É preciso
distinguir botões dourados de botões prateados; o número de divisas na manga ou
de estrelas nos ombros; a quantidade de listras; as cores das barretas; a forma
dos distintivos...
Há tantas normas, tantos símbolos, tanto controle que é
quase impossível pensar.
Na Antiguidade tardia, a partir de Constantino, a igreja
consolidou uma hierarquia eclesiástica baseada na estrutura administrativa
do império. O título papal usado até os dias de hoje “Sumo Pontífice” (Pontifex Maximus), era um antigo título
utilizado pelos imperadores romanos. Mas não é só isso.
As cores, a disposição ou o tipo de pálio,
de luvas, de estola, de anel, de báculo pastoral, de solidéu
são claros símbolos de poder e de distinção social. O culto aos símbolos e a doutrina
baseada no apego à tradição foram feitos para durar, para manter a ordem
estabelecida.
Não é de se estranhar que as instituições de maior prestígio
entre a população sejam o Exército e a Igreja.
Jones F. Mendonça
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