Um
pouco atrasado, mas lá vai:
Antônio
Kubitschek é
professor de filosofia numa escola de Brasília. Ele elaborou uma prova e
inseriu uma questão colocando a funkeira Valesca Popozuda como “pensadora
contemporânea”. A ideia era provocar os alunos. Como qualquer bom professor queria
que refletissem. A polêmica explodiu no Facebook. Alguns viram a questão como
uma ameaça à moral e aos bons costumes. Outros como uma afronta aos ilustres
intelectuais de nosso tempo. Outros ainda como uma clara evidência do baixo
padrão do ensino público no Brasil.
O
julgamento foi precipitado e preconceituoso. Interpretaram a questão sem levar
em conta a didática do professor, a matéria que estava sendo lecionada, o tipo
de aluno e a intenção por trás do exercício proposto. Aliás, seu objetivo foi
muito bem explicado numa entrevista que quase ninguém viu (ou quis ver). E
pensar que Sócrates, um dos maiores pensadores da antiguidade, filosofava no
mercado popular de Atenas com semelhante deboche e bom humor. Seu destino?
Morreu envenenado com um cálice de cicuta após ter sido acusado de “perverter
os jovens”. A mesma acusação e sentença foram dadas ao nosso ilustre professor
de Brasília. A diferença é que hoje o julgamento e a “cicuta” são administrados
via Facebook.
Jones
F. Mendonça
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