sábado, 10 de setembro de 2011

SETEMBRO NEGRO?

O setembro de 2011 promete fortes emoções vindas do Oriente Médio. A relação entre Israel e Turquia vem sendo desgastada desde que a ONU declarou que as tropas israelenses excederam-se na força empregada para impedir que uma flotilha com bandeira turca chegasse a Gaza com mantimentos em 2010. Nove cidadãos turcos morreram sob o fogo das tropas israelenses e a Turquia, sentindo-se ofendida, exigiu um pedido de desculpas ao governo de Israel. Como tal pedido não veio, o embaixador de Israel na Turquia foi expulso no dia 02 de setembro.  

No mês passado (18-08-11) policiais e soldados egípcios foram mortos por engano por tropas israelenses durante uma ação contra terroristas na fronteira entre os dois países. Manifestantes egípcios, levados pelo espírito da primavera árabe, invadiram a embaixada israelense, retiraram a bandeira de Israel e a substituíram por uma egípcia. O Egito, primeira nação árabe a ter assinado uma tratado de paz com Israel, percebeu o perigo que corriam os funcionários da embaixada e construiu um muro de proteção ao seu redor. Mas essa medida não impediu o pior: manifestantes invadiram novamente a embaixada e o diplomata israelense foi obrigado a abandoná-la. 

No dia 20 próximo Israel terá que lidar com outro problema: a votação no Conselho de Segurança da ONU por um Estado palestino. Israel diz que quer negociar (e impedir que o assunto seja decidido na ONU), mas não aceita parar com os assentamentos em território palestino e nem as fronteiras de 1967. Difícil negociar assim. 

Se a diplomacia israelense continuar com essa política, a imagem de Israel no mundo tende a ficar cada vez pior. Bem, mas se a diplomacia de Israel se mostra incompetente, jornais ocidentais certamente farão um "bom trabalho" ao ocultar, distorcer e inventar fatos que favoreçam Israel, a "menina dos olhos" dos Estados Unidos. E assim tudo voltará a ser como dantes no quartel de Abrantes...




Jones F. Mendonça

4 comentários:

  1. É inegável que a maneira como vc aborda e expõem o conflito no Oriente Médio traz luz até ao mais fundamentalista dos protestantes. Aqueles que, propelidos pelo cinísmo americano, também consideram Israel a "menina dos olhos de Deus" e defendem uma interpretação bíblica decontextualizada e desumana. Se por ingenuidade ou maldade, não sei.

    Mas o interessante é o seguinte: após uma exposição clara em postagens desse nível é raro eles aparecerem por aqui pra defender suas sandices.

    Abraços!

    Will

    "A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano" Voltaire

    (talvez por isso não possamos esperar muito de religiões politizadas)

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  2. Will,

    A invasão da embaixada israelense foi divulgada no Jornal Nacional de forma totalmente descontextualizada. Cidadãos de países muçulmanos são apresentados como vândalos. Grupos de resistência são apresentados como terroristas (e alguns realmente são). Mas e o terrorismo de Estado, praticado pelos EUA e Israel? Esse ninguém quer ver. Triste!

    Um abraço!

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  3. Seu blog é muito bacana. Achei por acaso depois de pesquisar a localização do Mar dos Juncos, que seria o local exato onde Moisés abriu o mar para a passagem do povo de Israel. Isso tudo por conta de um livro que estou lendo que fala do possível equívoco sobre não ter sido no Mar Vermelho. Noves fora, sobre o seu post, na minha modesta opinião tudo começou no princípio, quando a Liga das Nações divide o Oriente Médio e os judeus retornam a terra prometida no pós-guerra. Desde então ficam nessa lenga-lenga sem fim. O problema maior para um acordo definitivo é o fundamentalismo religioso que emperra qualquer tentativa de paz. O que eles precisavam, no mínimo, seria um Anuar Sadat e um Menahem Begin pra amenizar a situação.

    Flavio Vaz.

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  4. Olá Flávio,

    É verdade que o fundamentalismo (tanto o judaico como o islâmico) contribuem para que o conflito se perpetue. Mas não dá para deixar de fora outro fator importante: os interesses políticos dos americanos.

    Um abraço!

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