Quem explica é Huston Smith:
“Ramadã é um dos meses do calendário islâmico – o mês sagrado do islã, porque foi nele que Maomé recebeu sua revelação inicial, e também nele que (dez anos depois) fez sua histórica Hégira de Meca até Medina. Para comemorar essas duas grandes ocasiões, os muçulmanos fisicamente aptos (ou seja, que não estejam doentes, nem envolvidos em crises, como uma guerra, nem fazendo viagens inevitáveis) jejuam durante o Ramadã”[1].
Resumindo, no Ramadã são comemoradas a revelação inicial dada a Maomé e sua mudança de Meca para Medina (hégira – busca de proteção).
O Ramadã é um dos cinco pilares da fé islâmica e não tem uma data fixa, já que o calendário muçulmano é lunar. O fim do Ramadã é celebrado com uma grande festa, chamada Eid al-Fitr[2]. Neste ano o Eid al-Fitr coincide com o nono aniversário do ataque terrorista às torres gêmeas em Nova York. Ao que parece as comemorações desse dia sagrado será bem tumultuado nessa cidade, pois alguns americanos desavisados podem enxergar a festa como sendo uma comemoração pela destruição das torres.
Torçamos para que o luto e a festa, o lamento e a alegria, possam conviver de forma pacífica e respeitosa. São estes alguns dos inúmeros paradoxos do estranho mundo em que vivemos.
Notas:
[1] SMITH, Huston. As religiões do mundo: nossas grandes tradições de sabedoria. São Paulo: Cultrix, 2007, p. 238.
[2] DELUMEAU, Jean; MELCHIOR, Bonnet. De religiões e de homens. São Paulo: Loyola, 2000, p. 397.
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