A expressão hebraica yom kippur é traduzida literalmente por “dia da expiação” (כִּפֻּר יוֹם), onde yom significa “dia” e Kippur significa “expiação”. O texto de Êxodo 29,36a mostra essas duas palavras em seqüência – “Também cada dia (yom) oferecerás para expiação (kippur) o novilho de sacrifício pelo pecado...”.
Mas se a expressão significa “dia da expiação”, por que é comumente traduzida por “dia do perdão”? Acontece que a palavra kippur vem da raiz verbal kapar (cobrir). Esta palavra
aparece pela primeira vez no Antigo testamento em Gn 6,14, quando Noé “cobre” de betume a arca. Como os hebreus tinham poucas palavras para expressar as mais diversas idéias e objetos, esta palavra adquire na maioria das vezes um sentido teológico, expressando a ação misericordiosa de Deus em ocultar ou cobrir o pecado do povo. O sacrifício tinha assim um caráter “expiatório”, ou seja, o animal morria em lugar do pecador, que tinha os seus pecados cobertos simbolicamente pelo sangue derramado.
aparece pela primeira vez no Antigo testamento em Gn 6,14, quando Noé “cobre” de betume a arca. Como os hebreus tinham poucas palavras para expressar as mais diversas idéias e objetos, esta palavra adquire na maioria das vezes um sentido teológico, expressando a ação misericordiosa de Deus em ocultar ou cobrir o pecado do povo. O sacrifício tinha assim um caráter “expiatório”, ou seja, o animal morria em lugar do pecador, que tinha os seus pecados cobertos simbolicamente pelo sangue derramado.
A crucificação de Jesus é entendida pela tradição cristã como sendo expiatória. Cristo representa o cordeiro imaculado (sem culpa) que morre pelos pecados da humanidade.
Na tradição judaica o yom kippur “relembra a história de quando Moisés desceu do Monte Sinai para encontrar Arão e os israelitas que admiravam o bezerro de ouro”[1], nos diz Katherine Neer. Neste período o judeu busca se tornar melhor praticando o teshuvah (penitência) tzedakah (caridade) e o tfiloh (oração). Alguns judeus praticam o kapparot (leia a matéria abaixo), um ritual que simboliza a compensação pelos pecados. Ele pode ser feito com dinheiro, que é balançado dentro de um lenço branco sobre a cabeça, ou sacrificando uma galinha ou um galo. O dinheiro e o animal morto são entregues na maioria das vezes à obra de caridade.
No dia do perdão os judeus praticam um jejum de 25 horas (comida e bebida), abstêm-se do banho de ducha, do uso de perfumes, de sapatos de couro e da atividade sexual. Essas recomendações encontram-se no Talmude, livro sagrado dos judeus, composto por discussões rabínicas a respeito da Lei, da ética, e dos costumes do judaísmo.
Bibliografia:
VINE, W.E.; UNGER, M. F.; WHITE JR, W. Dicionário Vine. Tradução de Luís Aron de Macedo Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
Katherine Neer. "HowStuffWorks - Como funciona o Yom Kippur". Publicado em 01 de outubro de 2003 (atualizado em 18 de julho de 2008). http://pessoas.hsw.uol.com.br/yom-kippur2.htm (29 de setembro de 2009).
E-SWORD, VERSÃO 9.5.1: The sword of the Lord with eletronic edge. http://www.e-sword.net/downloads.html.
Crédito da imagem:
Maurycy Gottlieb
Judeus rezando numa sinagoga no Yom Kippur (1878, Viena).
Óleo sobre Tela
96 1/2 x 75 1/2 in. (245.1 x 191.8 cm.)
Tel Aviv Museum of Art
Nota:
[1] Katherine Neer. "HowStuffWorks - Como funciona o Yom Kippur". Publicado em 01 de outubro de 2003 (atualizado em 18 de julho de 2008). http://pessoas.hsw.uol.com.br/yom-kippur2.htm (29 de setembro de 2009).
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