1. Jezabel, princesa fenícia dada como esposa ao rei Acab, converteu-se em uma espécie de ícone da imagem feminina considerada degradante: vulgar, sedutora, mentirosa, feiticeira, traiçoeira, duas caras, desavergonhada, e por aí vai. Na década de 80 – lembro-me bem – mulheres que tingiam o cabelo eram acusadas de estar possuídas pelo “espírito de Jezabel”. Isso na igreja batista...
2. Em “Jezebel re-vamped”, Tina Pippin rastreia o desenvolvimento da representação dessa rainha nos textos e na tradição. Para a autora, o discurso sobre Jezabel muitas vezes foi utilizado para aviltar a imagem do “outro”, sobretudo da mulher estrangeira, considerada perigosa, sedutora, má, como as negras africanas escravizadas no Sul dos Estados Unidos.
3. O artigo de Pippin pode ser lido no volume 69/70 da Revista Semeia (1995, pp. 221-233).
Jones F. Mendonça
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