sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

SOBRE O "ÊXODO HISTÓRICO"

Apesar da falta de evidências materiais (e do ceticismo de alguns arqueólogos), Richard Elliott Friedman defende a presença de um núcleo histórico no relato bíblico do Êxodo. Por trás da narrativa, tal como lemos no segundo livro do Pentateuco, um núcleo mais antigo refletiria uma migração de levitas (um grupo pequeno) do Egito para a região do Levante. Isso explicaria:

1. A ausência no nome “Israel” e referências ao Templo na Canção do Mar (a canção seria muito antiga, talvez pré-israelita, preservada por sacerdotes levitas oriundos do Egito);

2. Ausência da tribo de Levi na Canção de Débora (os levitas, nesse tempo, ainda não haviam chegado à terra ou eram apenas um grupo de sacerdotes);

3. Nomes egípcios dados a levitas, como Hophni, Hur, Merari, Mushi, Fineias e Moisés.

4. A tentativa, por parte das fontes atribuídas a sacerdotes levitas (E, P e D), de identificar divindades adoradas pelos patriarcas (sob o epíteto "El") com o recém-chegado YHWH (Cf. Ex 3; 6).

5. Paralelos arquitetônicos entre o Templo/arca da aliança e elementos do culto egípcio (a circuncisão também era praticada no Egito).

6. A ênfase das fontes levíticas E, P e D em ordenarem que não se deve maltratar estrangeiros.

Lei ao texto completo no TheTorah.

 

Jones F. Mendonça

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