O
relato da visita dos magos, inserido no início do primeiro evangelho (Mt 2),
pretende destacar o caráter messiânico (e universalista) de Jesus. São nítidos
os paralelos entre a postura dos “magos do Oriente” e a do “Mago Balaão” em Nm
23.
Balaão,
como os magos de Mateus, reconhece o futuro de Israel como “reino exaltado” (Nm
24,7) do qual “procederá uma estrela” que “destruirá os filhos do orgulho” (Nm
24,17). O Herodes de Mateus, que não é bobo, entendeu o recado.
No
início do século XVI, no embalo do êxito das conquistas no além-mar, a arte
cristã portuguesa viu no relato da visita dos magos um oportuno instrumento de
cristianização do imaginário indígena.
Nesta
tela de Vasco Fernandes (1501-6), um dos magos (Baltazar), outrora representado
como negro, aparece na figura de um ameríndio tupinambá!
Jones F. Mendonça
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