1. A maior parte da comunidade
judaica medieval - entre 800 e 1100 d.C. - vivia em território controlado pelos
muçulmanos. Não eram vítimas regulares de violência religiosa ou exploração por
parte da liderança islâmica. A narrativa que põe judeus e muçulmanos como
inimigos históricos (“desde Ismael”) é mito, conversa fiada.
2. A população judaica em
território cristão só começou a crescer a partir das conquistas cristãs dos
territórios muçulmanos. Os judeus integrados aos territórios cristãos –
habilidosos na atividade comercial e nos negócios – eram respeitados por uma
razão muito simples: ajudavam a manter a economia aquecida.
3. De forma lenta e gradual um
grupo de judeus foi se estabelecendo no norte da Europa (chamados de
Askenazis). Embora apoiados pelas lideranças políticas cristãs, logo surgiram
sentimentos antijudaicos. A razão: os cristãos, menos acostumados e viver num
ambiente de diversidade religiosa, viam os judeus como um povo estranho.
4. A proibição da igreja aos
empréstimos a juros feitos por cristãos a outros cristãos (considerado “pecado
de usura”) abriu uma nova oportunidade aos judeus, acostumados a viver da
atividade do comércio e dos negócios. O sucesso dos judeus nessa atividade
favoreceu o desenvolvimento do ódio e do preconceito contra o povo do livro.
5. Na medida que a economia
amadurecia, a contribuição judaica se tornava menos necessária e os governantes
começaram a pesar os benefícios que poderiam obter com a expulsão dos judeus,
medida que proporcionaria recursos econômicos através do confisco de
propriedades judaicas, aprovação eclesiástica e aprovação popular.
6. Embora a crítica iluminista ao
cristianismo medieval tenha se concentrado (com certo exagero) no maltrato dos
judeus pelas Cruzadas e pela Inquisição, a violência e a perseguição aos judeus
se deu por razões econômicas, alimentadas por razões religiosas (vistos como
responsáveis pela crucificação de Cristo).
* Resumo em seis pontos de texto publicado no The Public Medievalist e escrito por Robert Chazan, professor de estudos
hebraicos e judaicos na Universidade de Nova York. O texto faz parte da série:
“Raça, racismo e Idade Média”.
Jones F. Mendonça
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