Desde
que a ONU declarou que tropas israelenses excederam-se na força empregada para
impedir que uma embarcação turca rompesse o bloqueio imposto por Israel e
chegasse a Gaza em 2010 o clima na Palestina tem se tornado cada vez mais
tenso. No incidente morreram nove cidadãos turcos. A relação com o Egito, país
vizinho, também não é das melhores. Num confronto entre tropas de Israel e um
grupo de terroristas, soldados e policiais egípcios acabaram mortos sob fogo
israelense na fronteira entre os dois países. Indignado, um grupo de
manifestantes invadiu a embaixada de Israel no Egito e o embaixador israelense
teve que abandoná-la. Os Estados Unidos exigiram que o Egito tomasse medidas
para proteger a família do embaixador.
Com
a expectativa do reconhecimento do estado Palestino pela ONU na próxima semana,
tropas israelenses tem se preparado para manifestações violentas vindas dos
países árabes. Grupos radicais como o Hamas, por exemplo, insistem ser o
terrorismo a única maneira de forçar Israel a reconhecer o seu direito à terra.
Pior, ele não reconhece o Estado de Israel, dificultando a convivência pacífica
entre os dois povos caso o reconhecimento de um Estado palestino se concretize.
Preocupados
com o aumento da tensão dos últimos dias, colonos que vivem em assentamentos
judaicos tem se armado contra possíveis ataques. Grupos radicais paramilitares
como a “Liga de Defesa Judaica”, classificada como terrorista por países como
os EUA e Israel, prometem aumentar ainda mais a tensão. De acordo com o Haaretz (16-09-11) a filial francesa da Liga de Defesa Judaica tem recrutado pessoas para a missão
de defender os assentamentos judaicos na Cisjordânia. O grupo, criado em 1968
nos Estados Unidos, foi fundado pelo rabino Meir Kahane, preso em 1980 após
planejar destruir a Cúpula da Rocha (Mesquita construída sobre as ruínas do
Templo judaico) com um míssel de longo alcance.
Todos
esses acontecimentos nos mostram que o conflito na Palestina não pode ser
encarado como uma luta entre o bem e o mal como geralmente tem sido encarado pela
mídia religiosa e até mesmo secular. Interesses políticos, econômicos e
religiosos se misturam afastando cada vez mais a possibilidade de uma solução
que atenda as aspirações de ambos os lados.
Jones
F. Mendonça
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