1. O vento divino desempenha um papel muito especial nos primeiros cinco livros da Bíblia. É por meio de um vento que: 1) elohim faz baixar as águas do dilúvio (Gn 8,1); 2) Yahweh traz gafanhotos para devastar a terra do Egito (Ex 10,13); 3) Yahweh faz o mar se abrir para a travessia dos descendentes de Abraão, Isaac e Jacó (Ex 14,21); 4) Yahweh traz codornizes para alimentar o povo no deserto (Nm 11,31).
2. A palavra hebraica “ruah”, cujo sentido primário é "vento", não apenas indica uma ventania. Em Gn 7,22 é “vento” que entra pelas narinas e anima o corpo: “e tudo o que tinha ‘vento de vida’ em suas narinas... morreu”. Em 1Sm 30,12 um egípcio recobra os sentidos após Davi lhe oferecer uma pasta de figos: “ele comeu e o ‘vento’ retornou” [às suas narinas]. Elifaz, em Jó 15,13, lamenta que um moribundo “levante contra Deus o seu vento”, ou seja, sua “ira”.
3. Ruah é vento de sopro, vento de ira, vento de vida, vento que anima o corpo (espírito), vento que movimenta a criação em favor de seu povo.
Jones F. Mendonça
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