O
primeiro é cristão, o segundo, ateu. Ambos são apologistas: Craig esforça-se em
mostrar que é possível crer em Deus usando a razão (ele usa inclusive fórmulas matemáticas!). Dawkins
empenha-se em anunciar que “Deus é um delírio”. Dois chatos. Craig é metódico,
sistemático e lógico (na verdade seu castelo lógico é construído sobre a areia).
Dawkins é debochado, preconceituoso e tão desonesto quanto Craig.
Faço
um trabalho sobre filosofia da religião e preciso ler um pouco do que os dois
escrevem. Teria sido melhor escrever sobre o vento, a poeira ou faíscas cintilando
numa noite escura.
Caríssimo blogueiro,
ResponderExcluirSerá que a "lógica de Craig" é construida sobre areia? Acredito que não.
Se sim poderia citar-me um exemplo?
O mais engraçado é que alguns querem ter razão em nos pedir que não usemos a razão. Ou seja, usam a razão para dizer que não devemos usa-lá.
ResponderExcluirAi ai... contraditório pós modernismo é pouco...
Airan,
ResponderExcluirA lógica de Craig é construída a partir de uma crença que não pode ser provada: a existência de Deus. Aliás, a não existência de Deus também se enquadra aí.
Caso se prove que Deus existe, é onipotente e interfere no mundo sensível, bem, neste caso (e somente neste caso) poderíamos dizer que a ressurreição e os milagres operados por Jesus não afrontam a razão.
Quanto ao seu último comentário, não me enquadro nesse grupo.
Não seria o mais correto dizer que para o caso de Craig (nos específicos argumentos sobre Jesus) toma, como qualquer ser normal, um axioma, no caso, a existência de Deus?
ResponderExcluirVeja, o axioma não é a existência de Deus, mas a existência do Deus bíblico (criador, onipotente, encarnado em Jesus, etc.). Precisaríamos aceitar como válidos os axiomas de outras religiões como o budismo, islamismo, umbanda, xamanismo, etc.
ResponderExcluirNão entendi como que se tomarmos por axioma o Deus bíblico teríamos que tomar válidos axiomas de outras religiões, pois o Deus bíblico seria o único e o verdadeiro, portanto, exclui numa só tacada as outras religiões.
ResponderExcluirDepois, a questão do axioma - que é o principal ponto que quero fazer notar - permanece: um axioma não é um "castelo de areia" ou algo que "afronta a razão", como parece que você insiste.
Com um axioma desses tudo é possível...
ResponderExcluirrsrs. Com um axioma desses muita coisa é possível, mas não tudo.
ResponderExcluirAs outras religiões e outras divindades serem as verdadeiras seria uma das impossibilidades lógicas.
Deus pode querer criar outros deuses. Ele não é onipotente? Ou é uma onipotência limitada?
ResponderExcluirFaz sentido ao Deus bíblico querer criar outros deuses? Não é ele que diz que é o único e verdadeiro?
ResponderExcluirQuem diz isso não é Deus, mas os profetas do século VIII. No Antigo Israel praticava-se o henoteísmo. Aliás, a expressão "Deus bíblico" é um tanto vaga. Há milhares de correntes doutrinárias dizendo coisas diferentes a respeito do que Craig chama de "Deus bíblico".
ResponderExcluirPerdi o link, por isso a demora.
ResponderExcluirDe qualquer forma, este post e seus comentários mais parecem consequência da azia de ler dois chatos (embora seja um termo usado por você, coloco sem aspas, por concordar) do de que de um problema bem pensado ou (talvez, sobretudo,) bem exposto.
Quando utilizei a expressão "Deus bíblico", foi porque você a utilizou primeiro, e mesmo que haja diferentes concepções não muda o que estou dizendo, que é ter um ponto de partida, que só seria um "castelo de areia" ou uma "afronta à razão" se tal ponto fosse errado, ou o menos plausível.
Penso que o fato de Craig escolher uma das possibilidades só faz com que ele "afronte a razão" se somos obrigados a apostar e a dissertar simultaneamente em todas as razões; o que além de requerer um esforço sobre-humano é evidentemente contra o modus operandi da construção de conhecimento.