domingo, 27 de maio de 2012

O FUNÂMBULO E O FIO DA VIDA


Eis que vejo um funâmbulo. Diante dele uma corda estendida sobre o abismo sem fim. Ao alto o céu azul. Embaixo trevas profundas. O funâmbulo hesita. Seus joelhos se dobram. Seu coração retumba. Seus poros exalam suor.

Inesperadamente o funâmbulo reage. Enquanto respira bem fundo seu corpo se ergue. Seus passos, ainda hesitantes, seguem em direção ao vale sombrio. O céu, o abismo, o fio da vida, a solidão, o vazio. O funâmbulo olha para o abismo. O abismo retribui. Com o olhar fixo no horizonte, ele vai...

Jones F. Mendonça

2 comentários:

  1. Muito bonito o texto. Dá o que pensar sobre a tensão medo/coragem em nossas vidas! Embora precisemos, não é nada fácil ser funâmbulos.

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  2. Penso que não temos escolhas Ricardo: todos somos funâmbulos. Alguns ficam a contemplar o céu. Outros fixam-se no abismo. O melhor é olhar e caminhar para o horizonte, mesmo sem ter a mínima ideia do que há lá.

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