Eis
que vejo um funâmbulo. Diante dele uma corda estendida sobre o abismo sem fim.
Ao alto o céu azul. Embaixo trevas profundas. O funâmbulo hesita. Seus joelhos
se dobram. Seu coração retumba. Seus poros exalam suor.
Inesperadamente
o funâmbulo reage. Enquanto respira bem fundo seu corpo se ergue. Seus
passos, ainda hesitantes, seguem em direção ao vale sombrio. O céu, o abismo, o
fio da vida, a solidão, o vazio. O funâmbulo olha para o abismo. O abismo
retribui. Com o olhar fixo no horizonte, ele vai...
Jones
F. Mendonça
Muito bonito o texto. Dá o que pensar sobre a tensão medo/coragem em nossas vidas! Embora precisemos, não é nada fácil ser funâmbulos.
ResponderExcluirPenso que não temos escolhas Ricardo: todos somos funâmbulos. Alguns ficam a contemplar o céu. Outros fixam-se no abismo. O melhor é olhar e caminhar para o horizonte, mesmo sem ter a mínima ideia do que há lá.
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