"Leproso" e "oleiro" na Peshitta. |
Hoje me deparei com outro argumento a favor da primazia da Peshitta (Bíblia escrita em siríaco, um dialeto do aramaico) em relação ao texto grego. O autor declara que no "texto original aramaico" a palavra "leproso", em Mt 26,6, deveria ser traduzida por "oleiro" ou "comerciante de vidros". Isso explicaria a presença de Jesus na casa de Simão, um oleiro, e não um homem ritualmente impuro. Neste caso Jesus não teria descumprido a lei de Moisés. O argumento do autor: no aramaico as palavras "leproso" (gar'ba) e "oleiro/comeciante de vidro" (garaba) possuem as mesmas consoantes. O tradutor mais uma vez teria sido vítima de palavras parecidas ou com duplo significado. Hummm, será?
Consultei Mt 26,6 na Peshitta. Raiz da palavra - "GRB" = leproso. Tanto a versão grega como a Peshitta apresentam Simão como leproso e não como oleiro ou comerciante de vidros. Assim cai por terra o mito de que a Peshitta representa uma versão mais correta dos ensinamentos e da vida de Jesus.
Pelo que pesquisei, a palavra aramaica "garaba" (comerciante de vidros) não aparece na Peshitta, por isso não pude confirmar a semelhança entre as duas palavras. O que pude fazer foi comparar as palavras "oleiro"e "leproso", que são graficamente bem diferentes, como apresentado no quadro acima. Caso realmente existam semelhanças entre as duas palavra no siríaco (gar'ba/garaba=leproso/comerciante de vidros) isso sugere que houve um erro, não de tradução, mas de transmissão oral fornecida a Marcos, que também registra o episódio é e fonte para Mateus. Digno de nota é a grafia errada registrada ou por Marcos ou por Mateus do nome da cidade onde Jesus expulsou um demônio chamado Legião. Marcos 5,1 registra Gadara. Mateus 8,28 registra Gerasa. Entre a tradição oral e o texto escrito muita coisa pode acontecer. E mesmo depois de escrito, o relato pode ir aumentando ou diminuindo de acordo com a motivação teológica da comunidade religiosa.
Pelo que pesquisei, a palavra aramaica "garaba" (comerciante de vidros) não aparece na Peshitta, por isso não pude confirmar a semelhança entre as duas palavras. O que pude fazer foi comparar as palavras "oleiro"e "leproso", que são graficamente bem diferentes, como apresentado no quadro acima. Caso realmente existam semelhanças entre as duas palavra no siríaco (gar'ba/garaba=leproso/comerciante de vidros) isso sugere que houve um erro, não de tradução, mas de transmissão oral fornecida a Marcos, que também registra o episódio é e fonte para Mateus. Digno de nota é a grafia errada registrada ou por Marcos ou por Mateus do nome da cidade onde Jesus expulsou um demônio chamado Legião. Marcos 5,1 registra Gadara. Mateus 8,28 registra Gerasa. Entre a tradição oral e o texto escrito muita coisa pode acontecer. E mesmo depois de escrito, o relato pode ir aumentando ou diminuindo de acordo com a motivação teológica da comunidade religiosa.
Para consultar um texto, marque a opção "Use BFBS Peshitta textt...". Depois é só clicar em "Show me the verses!".
Faça uma consulta mais detalhada clicando em "analyze" (ao lado do texto que você está analisando). Assim que você clicar surgirá uma nova tela com uma tabela contendo todas as palavras do versículo escolhido. Clique no "ID" (uma espécie de número strong) ao lado da palavra cujo significado você quer saber, e pronto!
Pode parecer complicado, mas logo você se acostuma.
Jones F. Mendonça
Jones F. Mendonça
Jones,
ResponderExcluirPrimeiramente eu gostaria de parabenizá-lo por seu magnífico Blog, sempre com temas interessantes, apenas me causas desconforto certas agulhadas anti-sionistas ou quase anti-semitas, mas diante da beleza do Blog isso é o de menos.
Quanto ao senhor citar um tal de “rabino messiânico”, espero que não esteja se referindo a um tal de Robespierre com vídeos horrendos no YouTube, cujo não podemos nem dizer que é rabino, muito menos judeu.
Também tenho um Blog que sempre recebe questões referente ao que tais pseudo-rabinos apresentam sem medir a legitimidade de suas fontes que causam muita confusão.
E tal tema sobre a divergência de Mateus 26.6 sempre explico que não é relevante ao entendimento principal do evangelho, pois tanto faz ser leproso ou oleiro, no entanto a discussão é em cima de suposições da tradução do texto aramaico, que apenas tem hipóteses e especulações e não provas de ser a língua dos Evangelhos.
Mas para aliviar o discussão o problema é apenas um "a", Garaba = Oleiro, Garba = leproso, sendo o aramaico assim como o Hebraico sem vogais, o problema, se é que existiu, foi apenas um desconhecimento da pronúncia de palavras sem vogais.
Outro questão levantada é do contexto de um leproso estar em casa, sendo que ele pela Lei não poderia estar em uma cidade, mas conforme a Toráh em Levítico 13 e principalmente no capitulo 14 vemos que um leproso pode ser considerado limpo e retornar ao convívio da família e da sociedade, mas com vemos em algumas passagens do Talmude o tal “ex-leproso” era estigmatizado por sua doença por ser ela uma praga divina para quem cometeu Lachon Hará (Língua Má) assim como ocorrido com Mirian irmã de Moshe (Num. 12:1-15), e Naaman chefe do exercito arameu ( 2 Reis 5:1,9-15-27), assim o leproso “הַמְּצֹרָ֔ע” (HaMetsorá) recebia esta designação o resto de sua vida, assim como o Simão em Mateus 26.6, que no caso possui mais de 35 cópias dos primeiros 3 séculos em grego que usam o termo para lepra mesmo, e apenas uma cópia da cópia da peshitta que inclina a uma tradução que poderia ser garapa = oleiro e não gar’ba = leproso. Desta vez eu vou ser democrático fico com a maioria(Risos).
Fique na Shalom que emana de Yeshua O Messias.
Olá, qual seu contato gostaria de conversar contigo. Sou levanah2023@gmail.com
ExcluirMetushelach,
ResponderExcluirAlfinetadas anti-sionistas sim, quase anti-semitas, nunca! Hoje estou do lados dos palestinos porque são os que mais sofrem (e não porque são os mais justos ou dotados de mais razão no conflito). No período nazista eu certamente estaria do lado dos judeus contra os alemães, não tenha dúvida. Irrito-me profundamente com o "apoio incondicionais" a Israel por parte de governos , grupos religiosos cristãos e judaicos. Preocupa-me sobretudo o "incondicional".
Quanto ao texto, creio a tradição a respeito da visita de Jesus a Betânia tenha sofrido alterações como em inúmeros outros casos. Vejo como possível que na transmissão oral do relato a palavra gabara (comerciante de vidros?) tenha se tornado gar'ba (leproso). Quem saberá?
Grande abraço!
A verdade é, que nem os que estão em israel, são todos judeos,pois a maioria está espalhado ainda pelas nações e vivendo escondidos.
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