A imprensa mundial tem noticiado a descoberta de um túmulo dos primeiros discípulos de Jesus, datado para a década de 70 do primeiro século. A suposta imagem de um peixe (de Jonas) aparece na maioria dos artigos como sendo uma indicação de um túmulo cristão primitivo (o sinal de Jonas seria a ressurreição).
Acompanho há alguns anos as descobertas arqueológicas que supostamente provam ou invalidam alguns dos dogmas judaico-cristãos e aprendi a desconfiar (mente-se ou para ganhar dinheiro e/ou para conquistar fiéis). Algumas dúvidas que me inquietam:
- A datação está correta (70 d.C.)?,
- A figura é mesmo de uma grande peixe?
- A tradução das palavras gregas e hebraicas está correta?
- Fariseus e essênios também criam na ressurreição. Se a inscrição feita no túmulo fala mesmo de ressurreição, como se tem afirmado, o que os faz pensar que se trata de um túmulo cristão?
O mais sensato é aguardar.
Um peixe ou um vaso? (foto: Bibleplaces) |
Um peixe ou um túmulo? (foto: Blog Asor) |
Jones F. Mendonça
Jones,
ResponderExcluirMe parece que eles forçaram a barra, a tal ponto de quase quebrar a pobrezinha.
Parece que o argumento dos proponentes da "Jesus Discovery", 1) é que o uso de ossuarios e desse tipo de tumba é documentado entre 20 AC a 70 DC em Jerusalém (correto), 2) que a imagem do peixe e de Jonas é muito comum entre cristãos, mas relativamente rara entre os judeus da terra de Israel (parcialmente correto, uma vez que essas imagens de Jonas na iconografia cristã são comuns em Roma, e datadas do século III em diante). 3) Que a menção a ressureição na inscrição em um dos ossuários reforçaria a identidade cristã (questionavel, no mínimo); 4) Que o fato da Tumba estar apenas alguns metros de distância da chamada Tumba de Jesus, demonstra que seus ocupantes eram cristãos, que Jesus, Maria e Maria Madalena estariam na outra tumba, e que o conjunto das três tumbas faraia parte de uma mesma propriedade, provavelmente de Jose de Arimatéia (completa e total viagem na maionese)
Felizmente, o Blog da ASOR (American Association of Oriental Research) já colocou vários posts de especialistas questionando e refutando essas proposições:
http://asorblog.org/?p=1672 (Robert Cargill)
http://asorblog.org/?p=1642 (Chris Rollstrom)
http://asorblog.org/?p=1612 (Eric Meyers)
Por outro lado, é digno de nota que, embora a maioria das teses do livro e novo documentário sejam exageradas, existem pontos que podem ser relevantes, e sim, existe a chance de que realmente a descoberta tenha relevância. O Professor James Tabor, oferece no Bible Interpretation uma defesa de sua interpretação, que é bem detalhada:
http://www.bibleinterp.com/articles/tab368028.shtml (A Preliminary Report of a Robotic Camera: Exploration of a Sealed 1st Century Tomb in East Talpiot, Jerusalem, James Tabor)
Nehemias
Sim, Neemias,
ResponderExcluirNão há como negar a importância da descoberta. Dominic Crossan, por exemplo, mostrou-se empolgado, apesar das ressalvas.
Quando a poeira baixar, saberemos a real importância do achado.
Já li o Blog da ASOR, mas não o da The Bible and Interpretation.
Obrigado pela sugestão de leitura.
Um abraço!
Prezado professor Jones, saudações em Cristo Jesus.
ResponderExcluirRecebí sua matéria por e-mail o que muito me interessou sobre a imagem comparativa de "um peixe ou um vaso?" Sou um leigo que acompanha com atenção algumas das publicações dos descobrimentos arqueológicos na cidade de Jerusalém. Chegamos a conclusão de que realmente a imagem venha se tratar de um grande peixe do gênero animal aguático tem a classe dos vertebrados poríferos que pouco se ouve falar seu respeito. A forma semelhante a um vaso coincide perfeitamente(com as Escrituras e os evangelhos)conforme seria o tipo de ESPONJA MARINHA o animal inferior dos mais primitivos multisselulares existente. As esponjas são conhecidas e utilizadas desde a antiguidade pelos povos primitivos sendo confundidas com plantas aquáticas. Só em 1765 quando se observou pela primeira vez a corrente de águas interna é que se estabeleceu claramente a natureza animal das esponjas. Até 1857 restavam dúvidas sobre a sua classificação animal. A partir deste desvendamento arqueológico encontraríamos uma explicação científica do que temos a exposto uma ligação de que faltava no "quebra-cabeças" para justificativa mais plausível do espécime de animal marinho é identificado na imagem do peixe tendo a sua forma de um grande vaso. Segundo a narrativa de Jonas não tendo especificado o espécime "daquilo" que ainda era desconhecido como tal, encontramos agora uma comprovação bíblica arqueológica pela imagem gravada o que faltava para nossa identificação do grande animal marinho que engoliu ao profeta Jonas. Não teria sido uma baleia, e sim uma grande esponja marinha do tipo vaso. Na biologia marinha encontraremos dados científicos que podem nos conduzir aos entendimentos supreendentes tem o corpo poroso deste animal de espetacular dinâmica muito haver com a veracidade da narrativa descrita pelo profeta; o que até hoje vem sendo ridicularizada por muitos incréus. A posição submersa do animal marinho encrustado numa pedra(vida séssil); o ósculo da esponja por onde desceu até o "ventre" do peixe(a parte convada interna),de onde foi fagocitado após o tempo determinado por Deus. As esponjas são filtros que dependem da corrente de água passando através do corpo(poros)como fonte de alimento intracelular, temos na imagem das camadas no desenho que é representativo de seu corpo como um todo. A grande capacidade de regeneração tem as esponjas capazes de refazer partes perdidas do corpo podendo também reunir as partes separadas do corpo e formar uma esponja inteira seria a sua ligação com a ressurreição proclamada pelo profeta tendo seu cumprimento na "Plenitude do Tempo". Em 2007 escreví um livreto de particular estudos entitulado: "A Esponja Marinha - O grande peixe que engoliu a Jonas(?)". Fico feliz por saber que não foi envão. Tem um propósito. Deus o sabe.
Obrigado pela oportunidade de poder expressar minhas idéias no seu Blog. Deus seja louvado!
Prezado Professor Jones.
ResponderExcluirEm Tempo: Prosseguindo o meu comentário sobre a imagem do Peixe que considero ser o mais indicado, a esponja marinha, condizente com aprofecia de Jonas gravada no ossuário, o que reforçaria a identidade cristã ser coerente com o tipo de peixe que não tendo cabeça por ser um organísmo formado por muitas células em um corpo vivo que precisou ser dirigido por Aquele que se fez "Cabeça da Igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo."(Efésios 5.23). Deus seja louvado!
Geraldo M.
Prezado Professor Jones.
ResponderExcluirPodemos ainda observar em destaque nas laterais da imagem sua reprodução de dois filamentos condutores sobressaindo do corpo do "peixe-vaso"(a esponja).Dá-nos entender sobre filamentos condutores existentes por todo seu corpo esponjoso transmitindo luz(?). Deus seja louvado!
Geraldo,
ResponderExcluirEm minha opinião o desenho encontrada no túmulo não representa um peixe, mas um vaso, ou, quem sabe, um nefesh (túmulo).