A construção de uma rodovia que atravessará o Parque Nacional Isiboro Sécure, na Bolívia, tem gerado protestos inflamados entre os indígenas do país. A obra orçada em RS$ 415 bilhões, tem RS$ 312 bilhões financiados pelo BNDS e está sendo executada pela empresa brasileira OAS.
Adolfo Chávez, presidente da Confederação dos Povos Indígenas da Bolívia, entende que a construção da estrada terá efeitos catastróficos para o seu povo (cf. publicado no jornal Valor, 26-10-2011):
Não queremos uma estrada para levar mendigos às cidades para pedir esmola, para abrir espaço para caminhões de alta tonelagem. Não estamos acostumados com isso. Vivemos da pesca, da caça, da coleta de frutas. E, quando isso ocorrer [a estrada], haverá devastação da terra, desmatamento, pirataria e uma zona muito perigosa de plantio de coca vai se expandir", disse. "Vocês brasileiros se queixam muito da cocaína que vem da Bolívia, mas isso é contraditório, porque querem seguir abrindo caminho para que a droga continue sendo produzida com maior facilidade.
Ainda mais irritado está Rafael Quispe, outro líder indígena boliviano:
A empresa dos brasileiros é que está metida [na obra], quebrou a lei, e os brasileiros não fazem absolutamente nada. Vocês [brasileiros] estão f... a Bolívia. E não é só com estradas. Vocês estão f... a gente com termelétricas. Como a Bolívia, como cidadão boliviano, como posso eu, com capital boliviano, f... o seu país?Outros críticos afirmam que a construção da estrada ampliará o plantio de coca e atenderá aos interesses do Brasil, que "quer atravessar seus produtos rumo ao Oceano Pacífico utilizando a Bolívia como ponte".
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