Uma das minhas atividades diárias é fazer uma leitura rápida das principais manchetes de jornais como o J Post, Haaretz (dois jornais israelenses), The New York Times, Le Monde, Al Jazeera e El País. Hoje, como o tradutor do Google, é possível fazer isso sem ser poliglota. Após essa rápida leitura consulto o Google em busca de sites brasileiros que façam menção a essas notícias. Por fim costumo comparar o conteúdo das principais notícias divulgadas por esses jornais entre si. Faço isso religiosamente enquanto tomo café. Dá um pouco de trabalho, mas assim descubro como a mídia manipula (algumas vezes simplesmente ocultando) informações.
Nesta semana me chamou a atenção uma notícia divulgada no Haaretz (07-06-11). Segundo o jornal, centenas de jovens marcharam no centro de Jerusalém empunhando bandeiras e gritando “morte aos árabes, morte aos esquerdistas […] a mesquita [de Al Sakhrah] será destruída, o templo será construído”[1]. A passeata fazia parte das comemorações pela tomada de Jerusalém pelas forças de defesa israelense na guerra dos seis dias, em junho 1967. O Haaretz aconselha os leitores a assistirem a este vídeo postado no YouTube. O jornal alerta para o fato de alguns judeus estarem utilizando o livro de Josué (imposição do herem, Js 6) como justificativa religiosa para a eliminação dos árabes.
O estranho é que não encontrei nenhuma menção a esse episódio em jornais ocidentais. Mas a notícia de que os sírios atravessaram a fronteira no norte de Israel supostamente incitados pelo ditador Bachar Assad estava em todos os jornais. Pouco se fala a respeito do excessivo uso da força pelas tropas israelenses empregada na repressão aos manifestantes palestinos nas colinas de Golã, na Cisjordânia e nas aldeias muradas. No conflito na Palestina não há santos, que isso fique claro, mas que a mídia internacional tende para Israel, ah, disso não tenho dúvida.
Nota:
[1] De acordo com uma pesquisa feita pelo jornal israelense Arutz Sheva (18-07-10) , 49% dos israelenses querem a reconstrução do antigo templo, mas apenas 27% aprovam medidas ativas de Israel para que o templo seja reconstruído, considerando que a mesquita teria que ser implodida.
[1] De acordo com uma pesquisa feita pelo jornal israelense Arutz Sheva (18-07-10) , 49% dos israelenses querem a reconstrução do antigo templo, mas apenas 27% aprovam medidas ativas de Israel para que o templo seja reconstruído, considerando que a mesquita teria que ser implodida.
Jones F. Mendonça
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