De acordo com o
Deuteronômio (15,19) todo o primogênito macho das vacas e das ovelhas deve ser
sacrificado a Javé, Deus de Israel. Isso significa que não podem ser tosquiados,
usados como animal de carga ou abatidos para consumo. Ocorre que após a
destruição do Templo, em 70 d.C., os sacrifícios tiveram que ser suspensos. O
que fazer com estes animais? Podem ser consumidos?
O Talmude respondeu
a essa questão com um NÃO. Bem, mas uma decisão como essa levaria os
pecuaristas judeus à falência tendo que alimentar um enorme rebanho de
primogênitos “improdutivos”. A solução encontrada foi a seguinte: a pessoa que
faz o parto pode infligir um defeito no animal enquanto ainda estiver no útero (como
um pequeno corte na orelha), tornando-o inapropriado para o sacrifício e
consequentemente apropriado para outros usos (Gemará, em Temura 24b).
A ação não é
vista como uma violação da lei, afinal um animal não pode ser considerado
primogênito até que nasça. No útero o ele é apenas uma possibilidade (uma “potência”,
como dizia Aristóteles). Como eram sagazes esses rabinos...
Leia mais aqui (via Paleojudaica).
Jones F.
Mendonça